Jogos Vorazes - Suzanne Collins (por Suca)

Editora: Rocco

Autor: SUZANNE COLLINS

  ISBN: 9788579800245

Origem: Nacional

  Ano: 2010

  Edição: 1

Número de páginas: 400

Acabamento: Brochura

Formato: Médio

Sinopse:Jogos Vorazes acontece em um período não identificado do futuro, em uma nação conhecida como Panem, isso tudo após a destruição da América do Norte. Panem consiste em um rico distrito, o Capitol, e ao redor desse há outros doze distritos mais pobres.
Como castigo por uma rebelião anterior contra o Capitol, a cada ano um menino e uma menina de cada distrito, com idades entre doze e dezoito anos, são selecionados por sorteio e forçados a participar dos Jogos Vorazes, um evento televisionado onde os participantes, ou “tributos”, devem lutar até a morte em um arena ao ar livre, até que apenas um permaneça. A história segue a vida de Katniss Everdeen, uma menina de 16 anos que se voluntaria a jogar o 74º Jogo no lugar de sua irmã mais nova, Prim, quando essa foi escolhida para participar dos Jogos. O rapaz Peeta Mellark também foi escolhido para participar, sendo este do mesmo distrito que Katniss, ele já salvou a vida dela dando o próprio pão, quando a família de Katniss estava passando fome. 

Meu interesse por este livro começou depois que li uma reportagem na Revista Época que comentava sobre o seu sucesso e sua futura adaptação para o cinema. Fiquei fascinada com a descrição da série, já que trazia combates com forte inspiração na mitologia grega e um cenário pós-guerra, ou seja, uma junção de temas que eu gosto muito de ver nos livros que leio.

                A história é contada por Katniss, uma jovem de 16 anos com uma vida bem difícil no Distrito 12, já que sua família não tem muitos recursos devido à morte prematura de seu pai. Ela precisa diariamente burlar leis do sistema totalitário em que vive para sobreviver, fazendo a única coisa que sabe fazer bem: caçar. Ela não é a única que comete estes pequenos delitos, com a ajuda de seu amigo Gale, consegue dar uma vida um pouco mais digna para sua mãe e sua irmã menor, Prim.

                Com a chegada da colheita, ela já sabe que iniciará o sorteio para os Jogos Vorazes, uma mistura de BBB com No Limite, onde jovens chamados de tributos devem lutar até a morte, tendo apenas um vencedor. Parecia que tudo seria como sempre, ficaria na expectativa para ver se seu nome seria o chamado, só que este ano ela tem uma preocupação a mais, sua irmã Prim, com doze anos também teu seu nome colocado no sorteio. E com uma ajudinha do azar é sua frágil irmãzinha que é escolhida, sem pestanejar Katniss assume seu lugar. Junto com Peeta, filho do padeiro e representante masculino do seu distrito, vai sofrer toda sorte de sofrimentos físicos e pressões psicológicas enfrentando jovens azarados como ela, tendo que matar para sobreviver.

                O livro é extremamente forte, e às vezes chega a ser um soco no estômago. E é bárbaro justamente por isso. Suzanne Collins conseguiu fugir do mundo da fantasia e mostrar algo pesado e tão absurdo que chega a ser real. Panem é uma grande metáfora da nossa sociedade, diariamente vivemos em um ambiente hostil e cheio de violência e nem nos damos conta disso, ou regozijamos vendo reality shows em que pessoas se humilham e muitas vezes criam novas identidades para conquistar nossa audiência. Ao ler a história, conseguimos ver os quanto bitolados estamos e quanta violência nos permitimos assimilar sem chiar.

                Desde o início tive uma empatia por Katniss, ela é o tipo de protagonista feminina que me encanta: forte, decidida, chegando à beira da dureza. Como indica seu nome, já que é o nome de uma raiz comestível de seu distrito, ou seja, uma metáfora do que ela representa na narração, uma base forte para sua terra. E no seu caso, não há como ser assim, ela sempre viveu num ambiente hostil, tendo que ser o pilar de sua casa, trazer comida e segurança para sua mãe e irmã. Muito consciente do meio em que vive, não bate de frente contra o sistema, mas comete seus pequenos deslizes, como toda a população. Estar nos Jogos Vorazes faz com que ela descubra muito sobre si mesma e sobre o mundo em que vive, refletindo se é somente uma peça no jogo da Capital ou alguém que pode virar a mesa. 

                Também gostei muito de Peeta, Suzanne Collins conseguiu dar um nó no meu cérebro com ele. Assim como Katniss, nunca conseguia entender qual era seu perfil de jogador, ele foi uma incógnita para mim o tempo todo. Às vezes um troglodita caçador, às vezes um doce protetor, enfim um personagem fascinante e super bem construído.  Também é bom destacar as técnicas de narração que a autora usou: a narração em primeira pessoa com o tempo presente. Estes dois recursos estão bem na moda, pois aproximam o leitor da história que está sendo contada e faz com que a ela tenha um impacto maior, porque parece nos dar uma visão panorâmica de tudo, como se víssemos tudo através dos olhos do narrador numa tela de cinema, estou começando a amar esses recursos!

                Jogos Vorazes é um livro maravilhoso, com personagens fortes e decididos e com uma história cheia de estratégias, enigmas e ação do início ao fim.  Não esqueça, a ação continua com Em Chamas.